A primeira vez que li As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, fiquei encantada com Armila, a cidade delgada, despertando-me o desejo de construir uma instalação com tubulações, torneiras e vasos sanitários a céu aberto. Assim é Armila I, 2013. Uma obra de arte hi-tech, feita de tubos que crescem no jardim, como uma grande planta exótica, e que terminam em torneiras, chuveiros, registros; objetos do cotidiano, que apesar de possuírem referência dentro de seu quadro imagético próprio, podem ser apropriados pela arte de modo diferente, permitindo ao público ‘inventar’ – com arte e astúcia sutil – o seu próprio cotidiano.
A segunda referência, para a criação de Armila I, é a obra Fonte criada em 1917 por Marcel Duchamp, foi inspiração para os três bancos, que parecendo “frutas tardias que permanecem penduradas nos galhos” (CALVINO, 1990), mas é também um mobiliário urbano, e, como tal, tem como principal finalidade a criação de um espaço de convivência para a cidade. O layout da calçada é a reprodução de parte da malha urbana, do centro de Florianópolis, levada para Jurerê, bairro da Ilha.
A cidade vista do alto, miniaturizada, é um texto urbano, uma imensa texturologia que se tem sob os olhos, como propõe Michel de Certeau, “um simulacro ‘teórico’ (ou seja, visual)” (CERTEAU, 2001:171). A calçada da obra de arte Armila I, foi inspirada na obra Poesia na calçada, 2007, a primeira da série TEXTO URBANO.
Av. dos Búzios, 1136 – Jurerê Internacional, Florianópolis – SC – Brasil
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