મારિયા ડીએ પેન્હા (Maria da Penha) Global Art Festival

Global Art Festival artistic residency, from December 26 to January 27, 2020.

Rann of Kutch District of Gujarat, India.

आप कभी नहीं जान सकते कि आपके कार्य के क्या परिणाम आते हैं, लेकिन यदि आप कुछ नहीं करते हैं, तो कोई परिणाम नहीं होगा।  महात्मा गांधी 

“Você pode nunca saber quais são os resultados  de sua ações, mas se você não fizer nada, não haverá resultados”. Mahatma Gandhi

“You may never know what results come of your action, but if you do nothing, there will be no results”.  Mahatma Gandhi

 

A principal motivação da obra મારિયા ડીએ પેન્હા (Maria da Penha),  2020 ,  foi  promover o debate sobre as milhares de mulheres, que sofrem ataques com ácido na Índia. Mas a reflexão  também abrange a violência contra mulheres no Brasil, para tanto,  o molde da máscara foi executado a partir da minha face e o título do trabalho levou o nome da lei que protege as mulheres contra violências no Brasil (Lei Maria da Penha, 2006).

The main motivation of the work મારિયા ડીએ પેન્હા (Maria da Penha), 2020, was to promote the debate about thousands of women, who suffer acid attacks in India. But the reflection also encompasses violence against women in Brazil, for that, the mask mold was executed from my face and the title of the work took the name of the law that protects women against violence in Brazil (Maria da Penha Law, 2006).

No trabalho existem doze máscaras, que possuem tatuagens de nomes de mulheres da Índia e do Brasil,  escritos em vários idiomas: português, híndi, gujarat, bengali. O meu nome está escrito em hindi, assim como os nomes de outras mulheres que passaram  pela exposição e autorizaram a utilização dos seus nomes para serem tatuados nas faces de cera.  Os nomes foram tatuados com o idioma por elas definidos. Tatuei também os nomes: Chhapaak e Laxmi , do filme”Chhapaak“, dirigido por Meghna Gulzar, que acabava de ser lançado (janeiro 2020), e baseado na vida de Laxmi Agarwal, uma sobrevivente de ataque de ácido. O Fundo Internacional de Sobreviventes ao Ácido (Asti),  uma organização humanitária com sede em Londres, calcula que a cada ano acontecem cerca de mil ataques com ácido na Índia. Mas, devido à ausência de estatísticas oficiais, outros ativistas dizem que esse número poderia chegar a 400 ataques por mês.

In the work are twelve masks, which have tattoos of the names of women from India and Brazil, written in several languages: Portuguese, Hindi, Gujarat, Bengali. My name is written in Hindi, as are the names of other women who went through the exhibition and authorized the use of their names to be written on the wax faces. I also tattooed the names: Chhapaak and Laxmi, from the movie “Chhapaak”, directed by Meghna Gulzar, which was just released (January 2020), and based on the life of Laxmi Agarwal, an acid attack survivor.  The International Acid Survivors Fund (Asti), a humanitarian organization based in London, estimates that about 1,000 acid attacks occur in India each year. But, due to the absence of official statistics, other activists say that number could reach 400 attacks per month.

A escultura está emoldurada pela frase: “Você pode nunca saber quais são os resultados  de sua ações, mas se você não fizer nada, não haverá resultados”. Mahatma Gandhi

The sculpture is framed by the aforementioned  Mahatma Gandhi phrase: “You may never know what results come of your action, but if you do nothing, there will be no results”.  Mahatma Gandhi

Photo: Hardik Kansara

Obra em processo:

Os materiais empregados são simbólicos – a cera, um material inflamável e a gaze um material utilizado para curativo. Para derreter a cera e laminar as máscaras, eu tive a colaboração de Bushra Ansari, uma mulher residente em Kutch , que pertence a etnia Ahirs, também chamados Abhira, é uma das antigas tribos da Índia.

Work in process: 

The materials used are symbolic – wax, a flammable material, and gauze, a material used for curatives. To melt the wax and laminate the masks, I had the collaboration of Bushra Ansari, a woman resident in Kutch, who belongs to the Ahirs ethnic group, also called Abhira, is one of the oldest tribes of India.

Photo: Hardik Kansara

Bushra Ansari

Title: મારિયા ડીએ પેન્હા (Māriyā ḍī’ē pēnhā), 2020 (Collection of GAF)

Size: 2.45 x 1.24 x 10cm

Medium: Sculpture

Year: 2020

 

 

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GLOBAL ART FESTIVAL

GAF Residência artística estado de Gujarat na Índia

Dear Giovana Zimermann

We would like to convey our gratitude for your participation in the Global Art Festival, 2020. We invite you for a month from 26 Dec to 27 Jan 2020, filled with artistic collaboration, creativity, cultural events and tourism. We welcome you to India’s vibrant state, Gujarat.

[Gostaríamos de agradecer sua participação no Global Art Festival, 2020. Convidamos você por um mês, de 26 de dezembro a 27 de janeiro de 2020, repleto de colaboração artística, criatividade, eventos culturais e turismo. Sejam bem-vindos ao vibrante estado de Gujarat na Índia].

Toda fala da experiência artística é um pouco mítica. O fato é que todos os caminhos que me levaram a ser quem eu sou hoje, e me refiro ao ser humano que me tornei, aos valores que prezo, tem relação com a minha opção pela arte. Sou artista visual, estudiosa e apaixonada por diversas linguagens: Escultura, audiovisual, fotografia, mas desde 1999, dediquei-me especialmente aos projetos de arte pública. Em meu processo criativo, utilizo fontes das mais diversas: visuais, literárias, de design; e, de igual forma, exploro diversos conhecimentos, que considero necessários para executar cada trabalho: artes, arquitetura, paisagismo, metalurgia etc.  Provavelmente isso se dê ao fato de minha formação ser diversa também, pois cursei a escola de música e Belas Artes ( EMBAP– 1998), Especialização em arte Contemporânea (UDESC – 1999) e posteriormente realizei Mestrado em Arquitetura e Urbanismo e doutorado em Literatura, pela Universidade Federal de Santa Catarina. (UFSC, 2006 de 2015). Tal formação passou a me embasar para diversas novas propostas de Arte pública, considerando-a em uma perspectiva de sociabilidade e de humanização da paisagem. Os temas de minhas pesquisas acadêmicas foram: a “Arte Urbana” e “As cidades do Rio de Janeiro e Paris, segundo a ótica do cinema, que deu origem ao livro “Rio de Janeiro e Paris: A Juventude Apache do Cinema na Periferia”, da Editora Autografia, 2016. Também escrevi e dirigi os curtas-metragens: DA JANELA. Brasil, cor, 15 minutos, 2009 e BRANCURA. Brasil, cor, 15 minutos, 2016. Possuo obras de artes nos espaços públicos nas cidades: Florianópolis – Brasil, São José  – Brasil,  Santiago do Chile – Chile, Berazategui – Argentina, Chinacota – Colômbia; e nos  Museu do Brasil:  Museu de Escultura Casa João Turin em Curitiba – PR -. Museu de Arte de Santa Catarina – Florianópolis – SC.  Museu de Arte de Joinville – SC,  Museu de Arte Contemporânea de Mato Grosso do Sul –  e Museu de Arte do Rio Grande do Sul.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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SELFIE – Festival de Esculturas do Rio 

A 4ª edição do Festival de Esculturas do Rio realizada durante o mês de junho em quatro tradicionais instituições do Centro da Cidade: Casa França-BrasilMuseu Nacional de Belas ArtesCentro Cultural Correios e Paço Imperial. O evento buscou o intercâmbio entre 53 artistas, nacionais e internacionais, com diversas origens e linguagens, oferecendo um grande passeio por sensações visuais, táteis e sonoras.

The 4th edition of the Rio Sculpture Festival held during June in four traditional institutions of the City Center: Casa França-Brasil, National Museum of Fine Arts, Correios Cultural Center and Paço Imperial. The event sought the exchange between 53 national and international artists, with diverse backgrounds and languages, offering a great tour of visual, tactile and sound sensations.

Arte 1  – Matéria sobre o Festival de Esculturas do Rio.
A instalação SELFIE, é inspirada no alfabeto braille, e os pontos são simulados pelos espelhos redondos (ready-made), com a finalidade de pensar sobre o fenômeno cultural contemporâneo, que expõe assim um desejo humano de se sentir notado, apreciado e, finalmente, reconhecido. Mas o uso obsessivo de SELFIES divulgadas nas redes sociais, tem sido associado aos sintomas comuns aos transtornos mentais, estes incluem solidão, baixa auto-estima, narcisismo e egocentrismo.

The SELFIE installation is inspired by the Braille alphabet, and the points are simulated by the ready-made mirrors, in order to think about the contemporary cultural phenomenon, which exposes a human desire to feel noticed, appreciated and finally, recognized. But the obsessive use of SELFIES disclosed in social media has been associated with the symptoms common to mental disorders, these include loneliness, low self-esteem, narcissism, and egocentrism.

SELFIE स्थापना ब्रेल वर्णमाला से प्रेरित है, और अंक को तैयार किए गए दर्पणों द्वारा सिम्युलेटेड किया गया है, ताकि समकालीन सांस्कृतिक घटना के बारे में सोचा जा सके, जो कि महसूस की गई, सराहना और अंत में, महसूस करने की मानवीय इच्छा को उजागर करता है। लेकिन सोशल मीडिया में खुलासा SELFIES का जुनूनी उपयोग मानसिक विकारों के लिए सामान्य लक्षणों से जुड़ा हुआ है, इनमें अकेलापन, कम आत्मसम्मान, संकीर्णता और अहंकारवाद शामिल हैं।
Para a psicanálise self é descrito como instância psíquica fundamental que contém os elementos que compõem a personalidade, mas não contém o núcleo da existência genuína do indivíduo. É também usado em palavras compostas que transmitem uma ação feita por si mesmo, no caso a SELFIE vem do substantivo SELF.
For psychoanalysis, self is described as a fundamental psychic instance that contains the elements that make up the personality but does not contain the core of the genuine existence of the individual. It is also used in compound words that convey an action made by itself, in which case SELFIE comes from the noun SELF.
मनोविश्लेषण के लिए, आत्म को एक मौलिक मानसिक उदाहरण के रूप में वर्णित किया गया है जिसमें ऐसे तत्व शामिल हैं जो व्यक्तित्व बनाते हैं लेकिन इसमें व्यक्ति के वास्तविक अस्तित्व का मूल नहीं होता है। इसका उपयोग उन यौगिक शब्दों में भी किया जाता है जो स्वयं द्वारा की गई कार्रवाई को व्यक्त करते हैं, जिसमें SELFIE संज्ञा SELF से आता है।
A instalação SELFIE é composta por um texto explicativo
impresso  em braile, permitindo, assim, a inclusão
das pessoas com deficiência visual.
Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20
De 21 de junho a 04 de agosto de 2019
      Imagens: Acervo da autora.
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SER ARTISTA – Exposição “Femminlle”

“agoridade” [Jetztzeit] o “tempo do agora”

De 21 de março à 03 de maio de 2019.

Galeria do Mercado Municipal de Florianópolis 

 

“A história é objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de ‘agoras’”. (…) ” O “agora”, que como modelo do messiânico abrevia num resumo incomensurável a história de toda a humanidade, coincide rigorosamente com o lugar ocupado no universo pela história humana”.  Walter Bejamin

 

Agoridade

 

 

 

 

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O SOL, 2016

“Tropeçando em palavras como nas calçadas, topando imagens desde há   muito já sonhadas” (BAUDELAIRE, 1985, p. 319)

As poesias de Cruz e Sousa e de Charles Baudelaire foram relacionadas, respectivamente, em duas obras: a primeira intitulada: A metáfora do esgrimista (2011), localizada no Centro de Florianópolis; e a outra O Sol, 2016, Estreito.

O título da primeira, não apareceram na obra, somente embasa o processo criativo, simboliza o ato metafórico, de gravar poesias nas calçadas, anunciado por Baudelaire na poesia O Sol. Com a expressão o poeta desejava falar do duelo em que o artista se envolve, e ao mesmo tempo como artísticos os traços marciais.  A poesia Aspiração, que Cruz e Sousa fez para Julieta dos Santos, foi gravado com jato de areia, na calçada na rua Ferreira Lima, 199, Centro.  E parte dela, fundidos em duas placas de bronze (tampas de bueiros). “Enquanto tu fulgires nas alturas eu errarei nas densas espessuras da  terra sob a rigidez do asfalto”; Em outra extremidade da calçada, um facho de luz rompe o solo, circundado pela continuação da poesia, “… Embalde o teu clarão me enleva e calma”. (Cruz e Sousa)

Na poesia O Sol, Baudelaire fala sobre a dificuldade de alguns artistas entenderem “quanto trabalho se requer para fazer com que de uma fantasia nasça uma obra de arte” (BAUDELAIRE apud BENJAMIN, 1994).

Quando o impiedoso Sol arroja seus punhais

Sobre a cidade o campo, os tetos e os trigais,

Exercerei a sós a minha estranha esgrima

Buscando a cada canto os acasos da rima,

Tropeçando em palavras como nas calçadas,

Topando imagens desde há muito já sonhadas

(BAUDELAIRE, 1985, p. 319)

  

A poesia O Sol de Baudelaire, foi escrita em aço fundido em uma calçada labiríntica, localizada na rua Orlando Odílio Koerich, 210, Estreito. Nela dou prosseguimento na relação entre os poetas simbolistas, através de dois faróis cada um em um ponto da cidade. Foi a relação que encontrei para explicitar a inegável influência da intuição e lógica imaginativa de Baudelaire, na obra do nosso mais célebre poeta simbolista Cruz e Sousa. Além das poesias dos autores serem gravadas nas calçadas, no centro um facho de luz rompe o solo, circundado pelo título da obra O Sol. Além de poesias gravadas nas calçadas, ambas possuem faróis, que simbolizam a conexão entre os dois poetas simbolistas.

Localização: Rua Orlando Odílio Koerich, 210 Estreito – Florianópolis – SC – Brasil.

 

 

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NA PELE – Museu da Imagem e do Som

“Na Pele”, 2012 foi uma exposição retrospectiva, nela estavam fotografias de dois projetos realizados dentro do sistema prisional de Santa Catarina: O lugar do outro ,  com fotografias realizadas no Centro Educacional São Lucas e Escreva a frase que te liberta,  com fotografias realizadas no Presídio Feminino.

“A alma, efeito e instrumento de uma anatomia política: a alma, prisão do corpo” Foucault

Ainda em 2004, na continuação do projeto, que resultou na série de fotografias intitulada O lugar do outro, iniciei um projeto de arte relacional, cuja gestação se estendeu pelo período de um ano, dentro do Presídio Feminino de Florianópolis, frequentar o ateliê de arte coordenado pela professora Liomar Arrouca, uma das poucas atividades criativas que existiam dentro daquele presídio, de estrutura bastante precária, principalmente no sentido de possibilitar uma formação profissional com vias de reintegração socioeconômica. Recordo que a única atividade que aquelas mulheres realizavam era a montagem de grampos de roupas, e as que tinham bom comportamento podiam frequentar a escola de arte. Foi lá que dei início ao projeto Escreva a frase que te liberta. Eu ainda não tinha a tatuagem como foco, o trabalho começou com um caderno em branco, no qual eu me apresentava e convidava as mulheres, que se sentissem motivadas, a escrever suas ideias sobre liberdade. Minha intenção era questionar o sentido de liberdade dentro do ambiente de reclusão.

Uma mulher, em especial, chamada Carmem, destacou-se no interesse pelo projeto e tornou-se a guardiã do caderno, que, na verdade, era como um caderno de assinaturas, daqueles que as adolescentes costumavam fazer, escrevendo depoimentos e passando para outras. Uma prática do meu tempo de adolescência, algo que se perdeu, em tempos de redes sociais. No caderno, eu convidava as mulheres a escreverem sobre seus sentimentos de liberdade. E o resultado foram depoimentos muito significativos, muito fortes. São histórias de perdas e mortes, de amores desfeitos, de desagregação familiar, de submissão e de violência conjugal, que contrastam com o desejo de retornar à vida, aos familiares, principalmente aos filhos.

Aos poucos, eu fui percebendo que as coisas importantes para as detentas estavam escritas na pele, no corpo, que, segundo Foucault (1979), é a superfície de inscrição dos acontecimentos (seja ela prisional, sexual, disciplinar, de exclusão, política, estética, científica, artística, dentre outras).  A inscrição sobre o corpo, no sentido de cravar uma conformação da sua “verdade”, um sinal, uma assinatura.

Por intermédio das tatuagens, os corpos indicavam um mundo que estava além de si, dos seus limites físicos; ele era um suporte intransponível das memórias, das crenças, da opção sexual, dos amores e dos ódios… Passei a fotografar as tatuagens, dando preferência para aquelas realizadas dentro do presídio.

Cada tatuagem remete a uma história, seja o amor declarado à família (“Meu amor por eles é fiel S, L, A”); a irreverência de quem tem pressa de viver (“Só Deus sabe a minha hora!”, e sabe que a “Vida Loka!”; das mulheres homossexuais que vivem seu amor dentro do presídio ou fora dele, mas marcam na pele sua orientação sexual (Eliane, amor verdadeiro, Amor Eterno)”.

Um dia uma mulher me perguntou: “Você quer fotografar a minha tatuagem?”. Ela mostrou a tatuagem de um cachorro bravo com um pedaço de pau na mão, e me contou: “Esse é o meu marido, ele queria que eu tatuasse seu nome no meu corpo, então eu tatuei isso, porque é isso que ele é, ele é um cachorro mau”.

Nas fotos, a identidade literal não foi revelada, porém a identidade adotada, em forma de texto gravado na própria pele, ganhou ênfase, pois a escolha do suporte corpo, revela autonomia intransponível, o próprio corpo como um “campo político”.

“A genealogia foucaultiana é disposicional e topológica, enquanto arte de ordenar os fenômenos corpóreos sob uma ótica da estratégia de forças e de saberes, ao mesmo tempo, exteriores e transversais, já que transpassam os corpos, interpenetrando-os de história”. Silveira e Furlan

Minha experiência durante aquele período de um ano, frequentando o Presídio Feminino de Florianópolis, foi um exercício de “empoderamento comunitário”, pois contei com o apoio da administradora Maria da Conceição P. Orihuela, da psicóloga Elianar Machado, da professora Liomar Arouca e das mulheres em reclusão, especialmente Carmem (Carmelita Julia).

No dia 24 de novembro de 2005, realizamos no Museu da Imagem e do Som, em Florianópolis/ SC, a exposição Escreva a frase que te liberta e um fórum intitulado Sobreliberdade, com o intuito de debater sobre a necessidade de maior investimento na profissionalização das mulheres em reclusão. No fórum foi exibido, em pré-estreia, o filme O cárcere e a rua (2004), da diretora Liliana Sulzbach, que também exibiu seu documentário no presídio feminino, junto com a exposição das fotos que, depois, foram doadas para as pessoas que tiveram suas tatuagens fotografadas.

Assim, o pensamento da arte ativista tornava-se o lugar onde eu poderia exercitar aquela indignação, que havia deixado marcas pelo depoimento de Maria. Precisava pensar em uma dramaturgia para as Marias, não mais só uma, mas todas aquelas violentadas ou agredidas, que se tornam apenas um número nas pesquisas. Ao passar do tempo, em favor da poética, fui desenvolvendo um roteiro ficcional, intitulado “Da Janela”, 2009, que foi exibido na exposição retrospectiva “Na Pele”, 2012.

Em setembro de 2012, a convite da Association Anthropologie et Photographie, o projeto foi apresentado na Universidade Paris 7, por meio de um prêmio de intercâmbio do Ministério da Cultura, como contrapartida, a exposição volta à cena, mas agora no Centro Integrado de Cultura, por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC), no espaço expositivo do Museu de Imagem e Som de Santa Catarina (MIS/SC). Ler mais: cultura.sc.gov.br.

EXPOSIÇÃO “NA PELE” MUSEU DA IMAGEM E DO SOM MIS

 

 

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